Native Nations

sábado, 10 de agosto de 2013

A Lenda da Mulher Novilho Branco ( Lakota/Sioux )



Num verão há muito tempo atrás, o Conselho dos Sete Fogo Sagrado do Povo Sioux juntos acampavam. O sol era muito forte e as pessoas estavam famintas, então dois jovens guerreiros foram caçar. No caminho os dois guerreiros encontraram uma linda mulher vestida de branco que flutuava em sua direçao. Um dos jovens teve desejo pela mulher e pensamentos impuros e tentou toca-la no que foi consumido por uma nuvem que o tornou em uma pilha de ossos. 



A mulher falou para o segundo joven e disse: Retorne ao seu povo e diga que eu estou chegando. A sagrada mulher chegando ao acampamento da tribo trazia um pacote embrulhado para o povo. Ela o desembrulhou dando ao povo o Cachimbo Sagrado ( chanumpa )e ensinou a usa-lo e a realizar suas preces. Com este cachimbo sagrado vocês irão caminhar o caminho da prece- ela disse . A mulher sagrada também falou ao povo Sioux sobre o valor do bufálo, da mulher e da criança. 

Vocês são filhos da Mãe Terra. E ela disse ás mulheres: O que vocês estão fazendo é tão grandioso quanto o que os guerreiros fazem e antes dela partir ela falou ao povo que ela retornaria. Enquanto ela caminhava ela virou quatro vezes e se transformou num novilho branco femea.

É dito que após aquele dia os Lakotas passaram a honrar o Cachimbo Sagrado ( chanumpa ) e os bufálos haviam em abundância.


Muitos acreditam que a mulher novilho branco simboliza a união da humanidade em um único coração, mente e espirito.

( tradução livre feito por mim, Sandra Prem do texto original de John Lame Deer - conto de 1967 )

O bastão que fala



meu bastão pessoal  feito pelas mãosda artesã de arte nativa Antonia Candida 

O bastão que fala é um instrumento usado por muitas tradições Americanas Nativas toda vez que um Conselho é convocado. Ele permite que todos os membros do conselho apresentem seu sagrado ponto de vista. O bastão que fala passa de pessoa por pessoa a medida que a reunião processa. Somente a pessoa que segura o bastão tem o direito de falar naquele momento. A pena da resposta também deve ser segurada pela pessoa que fala a menos que esta dirija uma pergunta a outro membro do conselho. Neste momento a pena da resposta passa para a pessoa que vai responder a pergunta. 


Essa forma de procedimento parlamentar é usada pelos Nativos Americanos há muitos séculos e reconhece o valor de cada orador. Cada membro do Conselho deve ouvir com atenção as palavras que são ditas, de forma que, quando chegar sua vez, não repita informações desnecessárias nem fala perguntas impertinentes. As crianças indigenas aprendem a escutar desde os três anos de idade. Aprendem também a respeitar o ponto de vista dos outros. Isso não quer dizer que não podem discordar, mas estão obrigadas por sua honra pessoal a permitir que cada um expresse seu Sagrado ponto de vista.



Para fabricar o bastão que fala, pode-se utilizar qualquer tipo de pessoa em pé ( árvore ). Os responsáveis pela realização de qualquer tipo de conselho devem fabricar seus próprios bastões que falam. O bastão pode ser usado nas aulas dadas ás crianças, nas reuniões do Conselho, nas sessões em que se tomam decisões concernentes a disputas, nos rituais de conjuração, nos circulos formados para contar histórias, ou nas cerimônias em que mais de uma pessoa toma a palavra.



Cada peça de material utilizado no bastão , já que cada bastão é diferente do outro.As qualidades de cada tipo de pessoa em pé possibilitam um tipo de energia especifica. Por exemplo, o pinheiro branca é a árvora da paz,a betula simboliza a verdade, as plantas sempre verdes representam o crescimento continuo de todas as coisas. Outras árvores como o cedro denotam limpeza. O choupo é o simbolo da clareza de visão já que seu tronco é coberto de muitas formas que lembram olhos. O bordo pode ser usado para os Conselhos das crianças, pois representa suavidade e doçura. O olmo é usado por favorecer a sabedoria, a sorveira brava por assegurar proteção, o carvalho em prol da força, a cerejeira em proveito da expressão, das emoções fortes ou do amor; as árvores frutiferas por fomentarem a abundância; e a nogueira ou pecã por propiciar a concentração de energia ou o inicio de novos projetos .


Cada pessoa que fabrica um bastão que fala deve decidir o tipo de pessoa em pé que servirá ás suas necessidades e multiplicará as qualidades necessárias aos Conselhos tribais. A ornamentação do bastão também fala bastante e é muito reveladora.As cores das contas usadas no bastão possuem significado próprio. Em nossa tradição Seneca o vermelho está a serviço da fé, o amarelo do amor, o azul da intuição, o verde da vontade, o rosa da criatividade, o branco do magnetismo, o roxo de cura e da gratidão, o laranjado sentimento de parentesco em todas as cores vivas, o cinza da amizade e da sabedoria, e o marrom da conexão com a terra e da auto determinação. 


Todas as cores pastéis servem para exaltar a profecia. O preto favorece a harmonia e a audição, e a transparencia do cristal é benefica para a clareza e a concentração. O tipo de penas e peles usadas num bastão também é muito importante. Cada criatura viva possui sua própria capacidade de cura e contribui para a magia do bastão, assim como para a energia dos conselhos tribais nos quais é utilizada. A pena da resposta é geralmente uma pena de águia, que representa ideais elevados, a verdade vista pelo olho perspicaz da águia, assim como a liberdade que decorre de falar toda a verdade de que se é capaz. A pena da resposta também pode ser a pena de um peru, considerado a águia da paz do sul, que promove atitudes pacificas e também a negociação necessária para dirimir as disputas. Nas tribos que vêem a coruja como boa remediadora, a pena de coruja também pode ser usada para impedir que a fraude penetre no espaço sagrado do conselho. 


As peles, os Pêlos ou os couros utilizados na confecção de um bastão trazem as habilidades, os talentos, dons e poderes ( qualidades curativas ) dessas criaturas para dentro do conselho das mais diversas maneiras. O buffalo traz abundancia, o alce traz boa forma fisica e vigor. O cervo traz brandura, o coelho traza capacidade de ouvir com suas enormes orelhas. O pelo da cauda ou da crina do cavalotraz perseverança e aumenta a conexão com a terra e com os espiritos do vento. O pelo do cavalo é especialmente benéfico se os ancestrais quecavalgaram o vento antes de nós vão ser consultados no conselho. No caso de alguma doença do coração, da mente, do espirito ou do corpo ter afetado o grupo reunido, a pele de cobra pode as vezes ser enrolada em torno do bastão para que a cura e a transmutação dos ventos possam ocorrer. 


O bastão que fala é um instrumento usado com o objetivo de que cada um de nós aprenda a honrar o sagrado ponto de vista de todas as criaturas vivas. Nas reuniões do conselho devemos honrar a sabedoria e os ensinamentos dos outros para que possamos ampliar nossos conhecimentos e nos relacionar de uma forma mais criativa com as outras pessoas. Sabemos que a grande roda da vida possui muitos raios e que cada um de nós passa por todos os raios, mais cedo ou mais tarde. As lições que aprendemos em cada um destes raios nos colocam mais perto da totalidade e da harmonia. Ao desenvolver a paciencia para com aqueles que não aprenderam ainda essas lições, teremos a oportunidade de nos tornar mais integros e harmonizados.

(do livro "As cartas do caminho Sagrado" - Jamie Sams )

O Apanhador dos Sonhos ( Lenda Lakota )




Existem várias lendas em torno do Apanhador dos Sonhos, de tribos diferentes pois ele faz parte de toda a América Nativa É atribuido ao Apanhador dos Sonhos ser o guardião dos nossos sonhos protegendo a noite de sonhos ruins e mal espiritos .


Há Muito tempo atráz quando o mundo ainda era joven, um ancião Lakota lider espiritual estava no alto da montanha e teve uma visão. Na sua visão, Iktomi ( a grande trapaceira e professora da sabedoria apareceu em forma de Aranha ). Iktomi falou com ele em uma lingua que só os lideres espirituais poderiam entender.


Conforme Iktome  falava, levou ao ancião num circulo de salgueiro em forma de arco, que tinha penas , pelo de cavalo, miçangas e oferendas e começou a tecer uma teia. Iktomi falou ao ancião sobre os ciclos da vida e como nós começamos nossas vidas, passamos pela infância, a vida adulta e e finalmente nós ficamos mais velhos, anciãos e devemos ser cuidados como bebês novamente, completando o circulo. Mas, em cada periodo da vida há muitas forças, algumas boas e outras más. Se você ouvir as boas elas irão te conduzir na direção certa, mas se você ouvir as forças ruins elas irão te machucar e te guiará na direção errada.



 Há muitas forças indo para muitas direções que podem ajudar ou interferir com a harmonia da natureza e com o Grande Espirito e todo seu magnifico ensinamento. 


Enquanto Iktomi falava ela continuava a tecer, começando de fora em direção ao centro. Quando ela terminou de tecer ela entrgou o Apanhador dos Sonhos ao ancião Lakota e disse : " Veja, a teia é uma ciclo perfeito mas há um buraco no centro do circulo. Use a teia para te ajudar a alcançar seus objetivos e usar o ensinamento do seu povo, como visão , idéias e sonhos. Se você acreditar no Grande Espirito a teia irá captar  suas boas idéias e levará as ruins através do buraco no centro do apanhador de sonhos.




De acordo com a lenda os sonhos são mensagens de espiritos sagrados e o Apanhador de Sonhos abençoa os sono, com bons sonhos e proteção sagrada